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segunda-feira, 23 de julho de 2007

O grande e singelo aparecimento

“Pensar não é uma opção do homem, mas uma atividade inevitável. Ninguém consegue parar de pensar, apenas consegue desacelerar o pensamento. Até a tentativa de interrupção do pensamento já é um pensamento. Nem quando dormimos os pensamentos deixam o palco de nossa mente. Por isso sonhamos. Existem quatro fenômenos que lêem a memória e constroem cadeias de pensamentos. Todos os dias produzimos milhares de pensamentos.
Pensar é a característica básica da nossa espécie. Pensar é bom, mas pensar demais rouba energia do córtex cerebral e produz um cansaço físico exagerado, déficit de concentração, déficit de memória, irritabilidade e, às vezes, insônia.

João pensava muito ou pouco? João cresceu no deserto. Tinha contato com poucas pessoas.
O fato de crescer no ostracismo é, portanto, ter poucas pessoas para conversar, não indica que ele pensava pouco. Aliás, quem fala pouco, como é o caso dos tímidos, freqüentemente pensa muito. João devia pensar muito. Seus pensamentos estavam saturados de expectativas sobre Jesus. Os principais arquivos conscientes e inconscientes da memória de João estavam ocupados com uma pessoa que não conhecia.
Pois ele veio exatamente para cumprir com sua missão o seu chamado, para preparar o caminho que estava seco, e nada melhor pra entender a sequidão do povo, a ausência de Deus, do o próprio deserto; era onde ele vivia. Ele era seu primo, mas cresceram separados, desde que Maria e José fugiram para o Egito e voltaram para a cidade de Nazaré na Galiléia. João aguardava ansiosamente por conhecê-lo. Sabia de seu compromisso para com Deus, para com Ele o filho de Deus! Era um sonho, uma escolha, uma missão, um desejo. ”
(Augusto Cury)

Um sonho só se torna real quando deixa o palco dos pensamentos e assume o controle da nossa emoção.
E você!
Quanto tempo você espera para que um sonho se concretize? Uns abandonam seus sonhos nas primeiras semanas. Seus sonhos não resistem ao calor dos primeiros problemas. Outros, nos primeiros meses. Seus sonhos estão mais arraigados dentro de si, mas quando atravessam o vale das frustrações, eles, com lágrimas, os enterram. E é aí onde está o problema, que gera a fraqueza e a fraqueza a falta de determinação. Onde existe fé, sempre brilha a esperança, e é de fé em fé que o povo de Deus precisa viver, porque somos taxados profeticamente pela a palavra de Deus que diz: De fé em fé nós somos mais que vencedores em Cristo Jesus. “O rio atinge seus objetivos, porque aprendeu a contornar obstáculos”, quem aprende a contornar os obstáculos sabe que vai ter que percorrer um caminho mais longo, e também sabe que irá chegar á linha de chegada mais cedo ou mais tarde, e assim é a nossa vida, certas conquistas são mais fáceis e outras mais difíceis, mas com certeza chegaremos lá, devemos fazer a nossa parte. Com o nosso esforço compromisso e dedicação, e quando cansarmos também devemos aprender a andar nas asas do Espírito, sem lamentações, mas com fé, não a aparente, mas a verdadeira fé, aquela que tem convicção do Deus Poderoso que serve e descansa; descansar é confiar. É crer na vitória. É crer no Deus que está servindo.
João esperou por três décadas para começar a cumprir com a sua missão. Quantas noites frias, desencantos e momentos de angústia ele não experimentou. Trinta anos de calor, poeira e sequidão não o desanimaram.
A espera de João era quase surrealista. João amou quem não conheceu. Em meio a tantas expectativas, uma dúvida surgiu: como identificá-lo quando ele se aproximar? Virá ele como um grande rei? Terá uma grande comitiva? Suas vestes serão tecidas com fios de ouro para contrastar com as vestes do seu precursor?
As semanas se passavam e as multidões aumentavam nas margens do Jordão. Inquietos, os mais ousados perguntavam-se: “Será que João está alucinado?” De repente, apareceu sorrateiramente mais um homem. Parecia mais um entre os milhares. Não havia diferença física entre ele e os demais.
Suas vestes eram comuns, não havia uma escolta atrás de si. Seus movimentos delicados não revelavam o poder de um rei, mas a fineza de um poeta, de um mestre. Ele não chamava a atenção de ninguém. Sem dúvida, era mais um sedento para ouvir as palavras eloqüentes do homem do deserto.
Mas esse homem foi pedindo licença para a multidão. Tocava os ombros das pessoas, foi abrindo espaço. Alguns não gostavam de sua intromissão, mas ele as silenciava com um sorriso. Sutilmente foi se aproximando. Ninguém o reconheceu. Certamente não era o Messias proclamado por João. Ele não tinha nada a ver com a imagem que as pessoas fizeram dele no seu inconsciente. Elas esperavam alguém supra-humano, mas ele era tão humano. Esperavam um homem com semblante de um rei, mas seu rosto estava sulcado pelas tardes ensolaradas. Suas mãos, castigadas por um trabalho árduo.
Ele continuava se aproximando. Não havia poder nos seus gestos, mas doçura nos seus olhos. Sua singeleza era contagiante. O homem incumbido de mudar o destino da humanidade se escondia na pele de um carpinteiro. Nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para fazer grandes os pequenos.
João não parava de falar. Mais uma vez ele discursava sobre a pessoa mais poderosa de terra. Não sabia que ele estava lá, ouvindo-o e vindo ao seu encontro. Seus joelhos estavam encobertos pelas águas. Seu olhar era intrépido e sua voz continuava imponente. Subitamente, uma clareira na multidão se abriu. O homem que João esperava apareceu e ninguém notou. Que frustração! Mas, de repente, os olhares se cruzaram. João ficou petrificado. Interrompeu seu discurso. Nada exterior indicava que era ele, mas João sabia por meios não lógicos que era ele. Seus olhos contemplaram atenta e embevecidamente a Jesus de Nazaré.
Os olhos de João certamente lacrimejaram. Tantos anos se passaram e tantas noites em claro aguardando um único homem aparecer. Agora, Ele estava ali, real, ao vivo e em cores diante de si. Talvez, pela primeira vez, o semblante de João tenha se alegrado. O seu aparecimento encheu sua alma de esperança.
Esperança para todos os miseráveis, os desesperados, os que perderam a motivação para viver, os que têm transtornos emocionais, os que vivem ansiosos e abatidos. Esperança também para todos os felizes, todos os que tiveram o privilégio de conquistar os mais excelentes sucessos, mas têm consciência de que a vida, por mais bela e bem sucedia que seja, é tão breve como o cair das folhas no outono.

A mensagem de hoje: Sim! Não apenas os miseráveis precisam de esperança, mas também os felizes, pois igualmente findarão os seus dias e nunca mais verão o rosto de quem amam, nem as flores dos campos, os entardeceres, os cantos dos pássaros.
A vida, por mais longa que seja, transcorre dentro de um pequeno parêntese do tempo. Todos os mortais precisam de esperança. A esperança era o nutriente interior de João. Só isso explica por que, sendo inteligentíssimo, trocou o conforto social pela secura do deserto.

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