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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Estreitando os laços de amizade

Uma das histórias que gosto de contar é a de um pastor, conselheiro cristão, que estava aconselhando um casal.

Ele calmamente ouvia a todas as frustrações que lhes eram apresentadas. Pela narrativa, uma coisa ficou bem clara: um dos problemas do casal era a falta de carinho que o marido demonstrava por sua esposa.

Em um determinado momento, o conselheiro levantou-se da poltrona em que estava, dirigiu-se à esposa e deu-lhe um abraço e um beijo. Depois, virou-se para o marido, apontou para ele e disse: “Você viu o que eu fiz? É disso que sua esposa precisa todos os dias da semana!” O homem ficou olhando para o pastor com uma expressão de quem estava refletindo no que ele havia dito.

Depois de alguns segundos, ele respondeu: “Sinto muito, doutor. Eu só posso trazer minha esposa aqui às segundas e quintas-feiras. ” Engraçado, não é? Eu também acho. Mas este casal da ilustração, infelizmente, não é o primeiro e nem será o último que morrerá devido à insensibilidade e à negligência no relacionamento. Neste caso específico, o maior culpado era o marido, mas há casos em que o lado insensível é o da esposa.

Em Romanos 6.4, Paulo diz: “Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova.”

Nesta época do ano, estamos celebrando a Ressurreição de Jesus Cristo e a nova vida que ele nos trouxe. Fico muitas vezes imaginando se as pessoas que nos rodeiam vêem em nós esta novidade de vida em nossos relacionamentos, especialmente em nosso casamento. É triste ver que muitos casais cristãos não são em nada diferentes dos que não conhecem a Jesus Cristo como Salvador.

Temos tido o cuidado de passar para nossos filhos a importância de não se casarem com incrédulos. Mostramos a eles a passagem de II Coríntios 6.14-16: “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial?

Que há de comum entre o crente e o descrente? Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos?

“Unidade, harmonia e amizade são provenientes do Espírito de Deus. Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais perto ficamos de nossos cônjuges” “Unidade, harmonia e amizade são provenientes do Espírito de Deus. Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais perto ficamos de nossos cônjuges”

Pois somos santuário do Deus vivo.” Isto está muito certo. Porém, será que eles vêem justiça, amizade e harmonia em nossos casamentos cristãos? Será que existe aquela cumplicidade entre os cônjuges? Aquela identificação no nível da alma, que vai além do companheirismo e da camaradagem?

Com tantos casamentos morrendo ao nosso redor, deixe-me falar sobre alguns pontos que julgo importante para quem busca uma comunhão mais profunda (ou quem sabe, se encontra em um casamento que aparentemente até já morreu).

Restabeleça suas prioridades

Unidade, harmonia e amizade são provenientes do Espírito de Deus. Ele nos regenera e nos renova através da Palavra de Deus. Portanto, acima de tudo, devemos investir nossas vidas naquilo que realmente conta — separar um tempo para gastar com a Palavra de Deus em meditação e oração. Quanto mais nos aproximarmos de Deus, mais perto ficaremos de nossos cônjuges. Então...

Reavalie sua agenda

Quanto tempo você gasta assistindo televisão? Quanto tempo você gasta com a Palavra? Quanto tempo você gasta compartilhando aberta e sinceramente sua vida com seu cônjuge? Quanto tempo você gasta investindo nas vidas de seus filhos, ensinando a eles os princípios de Deus? É preciso não somente passar tempo juntos, mas aprofundá-lo.

Há casais que ficam o tempo todo juntos, mas sem comunhão de alma e espírito. Simplesmente acostumam-se a conviver, mas não sentem falta um do outro. Não se conhecem, não se completam. Não há aquele conluio, aquela conspiração e aquela afinidade na qual, às vezes, um olhar já diz tudo.

Reafirme seu amor

A história que contei no início deste artigo nos ensina uma importante verdade: um casamento pode morrer por falta de carinho. O amor pode ser demonstrado através de pequenos gestos de carinho — palavras de elogio e afirmação, atitudes positivas, toques afetuosos, segredos, aberturas de alma etc.

Lembre-se do passado

O que, em seu cônjuge, mais atraía você no início do relacionamento? Conversem sobre o tempo de namoro. Lembrem-se de experiências atravessadas ao longo dos anos. E, acima de tudo, lembrem da fidelidade de Deus em meio às diversas situações enfrentadas.

Respeite as diferenças

Ruth Graham, esposa de Billy Graham, disse certa vez: “Quando duas pessoas concordam exatamente em tudo, uma delas torna-se desnecessária.” Nossas diferenças devem completar as do outro, e não se tornar motivo de desacordo e desarmonia. A alma que abriga o outro relaciona-se num nível mais profundo, vai além do relacionamento superficial que fica somente com o agradável.


Reconheça quando errar e peça desculpas


Tiago 5.16 diz: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” As palavras “eu estava errado, você me perdoa?” podem curar muitos casamentos! Ninguém é perfeito. Se não aceitarmos as reais limitações de nosso cônjuge, poderemos criar um ambiente artificial onde o ideal suplanta o real. Se Deus demonstrou sua graça por nós, não devemos também fazê-lo com a pessoa mais próxima? Às vezes, demonstramos mais misericórdia a uma pessoa desconhecida do que a nosso próprio cônjuge.


Reveja o objetivo de sua vida — há graça à nossa disposição

Estamos nesta vida para dar testemunho a um mundo que precisa desesperadamente de Jesus Cristo e do poder de sua ressurreição.

E não há maior testemunho do que um lar unido. União não quer dizer perfeição! União significa convergência de um mesmo propósito de vida. E um lar em que cada componente conhece a Jesus e prossegue com o alvo de conhecê-lo cada vez mais há de mostrar ao mundo, não somente em época de Páscoa, que Ele vive e pode manter vivo — ou mesmo ressuscitar — os relacionamentos que se utilizam de seu poder para uma real conivência de ideais e valores.


“Se não aceitamos as limitações de nosso cônjuge, criamos um ambiente artificial. Deus demonstrou sua graça por nós, e devemos fazê-lo com a pessoa mais próxima”

Judith Kemp - É enfermeira, articulista e autora de vários livros na área familiar e de relacionamentos.

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