Em uma praça pública havia um jardim que era cuidado por três
jardineiros. Um no período da manhã, outro à tarde, e outro à noite.
Notava-se que no período da manhã, mesmo com o amanhecer, com os
pássaros em festa, as flores daquele jardim não mostravam alegria, não
transmitiam auto-estima, não encantavam como deveriam encantar aquele pedaço
de chão. O mesmo acontecia à tarde, com o sol despedindo-se, os
pássaros querendo aproveitar o máximo do seu esplendor por mais pouco tempo,
as flores continuavam tristes, não mostravam aos que ali freqüentavam
vida, alegria, paz.
Já à noite era diferente, as flores mostravam brilho, via-se em cada
flor um encantamento diferente, aquele jardim parecia em festa, as flores
abriam-se mais, na imaginação dos que ali freqüentavam elas estavam em
festa, brincavam como crianças, faziam roda, corriam a brincar de
esconde-esconde, sentavam a pilheriarem, era uma festa aquele jardim, o
público encantava-se com aquele local à noite, e a freqüência daquele
lugar começou a ser maior à noite, os casais de namorados, os velhos, os
senhores, sentavam, passeavam por aquele lugar, aquele instante ali lhes
transmitia paz que vinha das plantas que ali viviam.
Comunicado sobre este fato o administrador público quis saber por que o
fluxo de pessoas à noite era maior naquele local, e em pesquisa soube
que à noite o jardim era melhor, mostrava-se em vida, havia dança das
flores, elas se doavam mais ao público, ofertavam a quem ali estivesse o
mais puro sorriso, se é que planta sorri.
Com estes relatos o administrador colocou fiscais disfarçados de
freqüentadores comuns naquela praça, queria saber como eram tratadas as
plantas nos períodos da manhã, tarde e noite, e lá ficaram os fiscais.
Pela manhã o primeiro encarregado do jardim chegou, colocou água nas
plantas, recolheu o excesso de folhas caídas das árvores, limpou o local,
fez seu trabalho normal até completar o seu turno.
À tarde, chegando o segundo encarregado, fez o mesmo, colocou água,
recolheu as folhas que haviam caído no período da manhã, limpou o local,
completou seu turno e se foi.
O terceiro encarregado do local chegou, ao chegar fez logo uma festa,
ao passar por cada planta a chamava pelo nome, ao sentir alguma triste
conversava com ela, lhe fazia gracejos.
Confessava-se por ela apaixonado, limpava-as, ao regá-las conversava
com as mesmas, chegava até a beijar algumas transmitindo amor sincero e
grande afeição, não descuidava um instante de estar passando por todas,
dizendo "estou aqui, alegre-se, eu te protejo", "esteja bela para mim
como sempre estarei para você", era uma festa, era uma prova inequívoca
de amor dedicado pelo jardineiro às suas plantas e elas em retorno lhe
ofertavam o mais profundo amor, e nesta oferta, indiretamente a outros
também era ofertado, a alegria daquele local passava a ser transmitido
a todos e todos ali se sentiam bem, as plantas sem movimentos labiais,
sem se deixarem ver em correrias, em risos estrondosos, paradas, em seu
canto, fixas ali, de alguma forma demonstravam carinho, demonstravam
felicidade, amor.
Assim é Deus no jardim da nossa vida.
Muitos chegam a Ele em frases repetidas, em coração duro.
Oram por orar, rezam por rezar, balbuciam palavras que não vêm do
coração.
Já outros se alegram no canteiro de Deus, alegram-se em buscar sua
presença, são servos fiéis, a presença do Senhor Deus para esses é tudo,
esses se sentem alegres, pois sabem que em Deus estão protegidos, seu
rosto transmite amor, paz, refrigério a tantos quantos o olhem e o
busquem.
Você, como está cuidando do seu jardim, que é teu coração? Como você
está cuidando da flor principal? Será que ela está plantada nele? Reside
nele o Cristo Jesus, salvador nosso? Como está cuidando você das outras
flores? A felicidade, o amor, a ternura, a paz? Como estão sendo
regadas por ti? Será que a erva daninha, a maldade, a injúria, a calúnia, a
raiva não.
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segunda-feira, 26 de novembro de 2007
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