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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Como se reapaixonar

Manter a paixão acesa é um dos desafios mais prazerosos
Por Bel Vieira • 11/11/2006

No início de todo relacionamento é assim: taquicardia, pêlos dos braços ouriçados, frio na espinha mesmo que os termômetros acusem 42 graus e aquela coisa por dentro que, apesar da definição vaga, todo mundo sabe o que é. Mas depois que acaba a lua de mel, parece que a paixão vai embora sem nem dizer tchau e dá lugar ao amor sereno, tranqüilo, companheiro - que é bom e a gente gosta, mas não ocupa o buraco deixado por uma paixão. Ainda bem que para tudo na vida tem jeito, até pra relacionamento morno. Conversamos com alguns casais de longa data que reacenderam a chama e se viram apaixonados de novo, como nos velhos tempos, um pelo outro.

Todo mundo quer, todo mundo gosta de se apaixonar. Por mais que te deixe aflita, com poder de concentração perto de zero, mesmo que roube preciosas horas de sono, ai, que gostoso que é se apaixonar. É assim para a advogada Renata L., 34 anos, casada há 8, mãe de dois filhos e, sim, sim, apaixonada pelo marido. Para ela, vale a máxima da plantinha que se rega todos os dias. "Acordo de manhã e vejo meu casamento quase como uma reunião dos Alcoólatras Anônimos: meu nome é Renata e hoje não vou brigar, não vou implicar, gritar, muito menos trair", diz, acrescentando à lista da paixão eterna outros itens como ser gentil e amorosa.

"O resultado é um relacionamento apaixonado em que a rotina é sinônimo de intimidade e querer bem", garante a advogada, que ainda reserva alguns segredinhos para a hora em que vai pra cama - e não é para dormir. "No nosso aniversário de sete anos, passamos a noite em um hotel e levei um vibrador, daqueles de controle remoto, para ele ficar no comando. Foi uma farra! Surpresinhas são sempre bem-vindas e reacendem a paixão", dá a dica.
Minha última cartada foi nossa grande reviravolta: resolvi deixar de ser chata e voltar a ser divertida, leve como no nosso início

Ainda encontro a fórmula da paixão

Engana-se quem pensa que sentir os calores da paixão é privilégio dos solteiros. A professora de Teatro Flávia R., 23, está aqui para provar o contrário. "Sempre soube aproveitar minha solteirice, até que uma paixãozinha virou amor sem que eu pudesse controlar, e quando vi, estava namorando sério", lembra a professora, que diz ter tido medo de viver um relacionamento sem graça. Nove meses depois do primeiro beijo, parecia que o encantamento do início tinha ficado para trás ao perceber os defeitos e manias na namorado. "Virei uma chata, fazendo cobranças, irritada por tudo e já comecei a olhar pro lado, certa de que a relação ia terminar. Minha última cartada foi nossa grande reviravolta: resolvi deixar de ser chata e voltar a ser divertida, leve como no nosso início", conta ela, feliz com o resultado: quando ela voltou a ser o que era, o relacionamento também voltou às boas, ou seja, eles se reapaixonaram um pelo outro.


Novas sensações

Há casos em que a paixão reascende por fatores externos e inesperados, como no caso da publicitária Aline C., 29. Depois de 3 anos de casada, seus sentimentos passavam por uma fase meio-mais-ou- menos. "Ele era carinhoso, me dizia coisas bonitas, mas eu achava que saía tudo no automático e não me convencia. Até que uma amiga de uma amiga de uma amiga contou que encontrou com ele em um bar e que ele só falava de mim o tempo inteiro. Ele chegou a ficar escrevendo o meu nome no papel que cobre a mesa", diz Aline, emocionada e reapaixonada. "Me senti uma adolescente outra vez, morrendo de saudades quando ele levantava rapidinho só pra ir ao banheiro, querendo abraçar e beijar ele o tempo todo", revela.
Numa relação longa, é natural que apareçam atributos no outro que você não gosta e que a paixão se transforme.
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Mariana Matos, a paixão não acaba e sim se transforma. "No início do relacionamento, fazemos uma série de idealizações e também tentamos nos mostrar da melhor maneira possível. A paixão acontece nesse momento de encantamento em que não conhecemos as dificuldades do outro ou as características que não combinam conosco. Numa relação longa, é natural que apareçam atributos no outro que você não gosta e que a paixão se transforme", afirma Mariana, acrescentando que as sensações dos primeiros encontros não voltam, simplesmente porque a relação evolui.

E cuidado: a sede de paixão pode levar a uma traição ou até ao fim do relacionamento. "Há pessoas que não se conformam por não existir o par perfeito e, no momento de desilusão em que a paixão esfria, tem vontade de continuar a busca", afirma a psicóloga, ressaltando a necessidade de buscar novidades dentro da própria relação.

"O casal tem mecanismos para criar coisas diferentes, o que basicamente significa ser criativo a dois, com a intenção de incrementar o relacionamento e sentir sensações novas com o marido ou namorado", sugere, lembrando que é sempre importante reafirmar o amor e fazer demonstrações de afeto. Esse pode ser um caminho para se reapaixonar por uma pessoa que você já sabe as qualidades e os defeitos - dessa vez, de uma maneira mais madura.

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