- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam
demais,
outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são
mentirosas. Sofro com as que caluniam.
- Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
- Repare nestas flores - continuou o mestre, apontando os lírios que
cresciam
no jardim - Elas nascem no esterco. Entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não
permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
E o mestre conclui seu pensamento:
- É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir
que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e
não
seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é
viver como as flores.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
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